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segunda-feira, 16 de maio de 2011

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HEMOGLOBINA GLICADA
INTRODUÇÃO E APLICAÇÃO, FUNDAMENTAÇÃO, CONSIDERAÇÕES PRÉ-ANALÍTICAS, ANALÍTICAS E PADRONIZAÇÃO, MÉTODO DE REFERÊNCIA, INTERVALOS DE REFERÊNCIA, INTERPRETAÇÃO E METAS PARA TRATAMENTO EM DIABÉTICOS.
INTRODUÇÃO E APLICAÇÃO
RAZÕES FUNDAMENTAIS PARA MEDIÇÃO DA HEMOGLOBINA GLICADA
As proteínas glicadas são formadas translacionalmente a partir da reação lenta e não enzimática entre a glicose e os grupamentos amina das proteínas. No caso da hemoglobina, a taxa de síntese da HbG é função da exposição das hemácias a concentrações elevadas da glicose. A HbG é um índice clinicamente útil da glicemia media nos 120 dias que precedem ao exame que correspondem à meia vida das hemácias. Ainda que estudos cuidadosamente controlados têm documentado a íntima correlação entre a HbG e a glicemia média, as medições de rotina da glicose sanguínea por pacientes (auto teste) e provedores de saúde não são consideradas tão adequadas quanto a HbG para estimar a glicemia média. A HbG é também utilizada como medida do risco de desenvolvimento das complicações crônicas do diabetes.
As concentrações de outras proteínas glicadas como a frutosamina, também refletem a glicemia média, mas em um menor período de tempo. Entretanto, a utilidade clínica das proteínas glicadas não está claramente estabelecida e não existem evidências convincentes que relacionam suas concentrações às complicações crônicas do diabetes (1).
Recomendações: a hemoglobina glicada (HbG) deve ser a medição de rotina em todos os pacientes com diabetes mellitus para documentar o grau de controle glicêmico. As metas de tratamento devem estar baseadas em estudos aleatórios prospectivos tais como DCCT e UKPDS que demonstraram a relação entre o controle glicêmico, avaliado por determinações seriadas da HbG, e os riscos de desenvolvimento e progressão das complicações crônicas do diabetes (1).
A hemoglobina glicada (HbG) está sendo usada com freqüência cada vez maior para monitorizar o controle glicêmico de longo prazo no diabetes mellitus. Na maioria das vezes o teste proporciona uma indicação exata da concentração média da glicose plasmática nos 2 a 3 meses que antecedem o teste, complementando as medições mais tradicionais de controle glicêmico como medição da glicose em plasma ou urina.
O termo hemoglobina glicada se refere a uma série de componentes da hemoglobina em menor concentração que são compostos formados por hemoglobina A e vários carboidratos. A reação entre a glicose e hemoglobina é um exemplo da glicação não enzimática que é lenta, contínua e irreversível. Como a hemácia humana é livremente permeável à glicose, a hemoglobina glicada é formada a uma velocidade dependente e proporcional à concentração da glicose no plasma.
Os componentes em menor concentração da hemoglobina foram primeiramente reconhecidos por mostrarem diferenças na carga elétrica e foram denominados hemoglobinas rápidas, por migrarem em um campo elétrico, mais rapidamente que a hemoglobina A. A hemoglobina rápida mais importante, quando relacionada com o diabetes, é a A1c, formada por ligação da glicose ao nitrogênio terminal da valina em uma ou nas duas cadeias beta da hemoglobina. Dependendo do método de medição, a proporção de HbA1c em relação à hemoglobina total é 3-6%, em indivíduos normoglicêmicos, podendo chegar a valores muito elevados em indivíduos diabéticos não controlados adequadamente.
A hemoglobina pode ser glicada em outros aminoácidos não localizados nas cadeias beta. Entretanto, essas glicações não modificam a carga da molécula da hemoglobina e não são detectadas pelos métodos que se baseiam nas modificações da carga da hemoglobina.
A tabela 1 sumariza a nomenclatura corrente para as hemoglobinas, baseadas nas recomendações do National Institutes of Health, Diabetes Data Group.
CONSIDERAÇÕES PRÉ-ANALÍTICAS
Não existem efeitos de idade, sexo, etnia e de estações do ano na hemoglobina glicada ou nos testes para HbG. Condições que reduzem a sobrevida das hemácias ou produzem diminuições em sua meia vida, produzem resultados falsamente diminuídos. As vitaminas C e E produzem resultados falsamente diminuídos por redução na glicação, mas a vitamina C aumenta os resultados em alguns métodos. A anemia por deficiência de ferro produz resultados falsamente elevados.
Hipertrigliceridemia, hiperbilirrubinemia, uremia, alcoolismo crônico, ingesta crônica de salicilatos e adição de opiáceos podem interferir com alguns métodos e aumentar falsamente os resultados.
As causas de interferências pré-analíticas mais importantes são as hemoglobinopatias que podem produzir resultados falsamente aumentados ou diminuídos (3). Em certas situações, a interferência pode ser mínima nos valores de referência e aumentar significativamente à medida que o valor da HbG aumenta. Os métodos utilizando cromatografia de afinidade e imunoensaios podem ser os menos sensíveis aos efeitos das hemoglobinopatias. Os métodos que não utilizam a medição da hemoglobina, como a frutosamina, podem ser utilizados como alternativa nos pacientes com hemoglobinopatias (3).
Tabela 1 - Nomenclatura das hemoglobinas (2)
CONSIDERAÇÕES ANALÍTICAS E PADRONIZAÇÃO

Denominação
Descrição
HbA
Forma mais importante da hemoglobina. É um tetrâmero nativo não modificado, composto de duas cadeias alfa e duas cadeias beta.
HbA0
Componente mais importante da HbA, identificado por suas propriedades eletroforéticas e cromatográficas. Podem ocorrer modificações pós translacionais nesta fração, incluindo glicação, que não alteram significativamente as propriedades de carga da proteína.
HbA1
Formas da HbA modificadas translacionalmente e carregadas negativamente, detectadas por eletroforese ou cromatografia.
HbA1a1, HbA1a2,
HbA1b, HbA1C
Componentes cromatograficamente distintos que compõem a HbA1.
HbA1C
Composto formado por ligação cetoamina irreversível da glicose ao nitrogênio terminal da valina na cadeia beta da hemoglobina. É a forma estável da hemoglobina glicada.
Pré-A1C
Forma lábil da hemoglobina glicada, formado por ligação aldimina reversível da glicose ao nitrogênio terminal da valina na cadeia beta da hemoglobina.
Hemoglobinas rápidas
Fração HbA1 total que, devido à sua carga negativa, migra mais rapidamente para o ânodo na eletroforese. É também eluída mais rapidamente que a HbA0 na cromatografia de troca iônica.
Hemoglobina glicada
Denominação genérica para os compostos de hemoglobina com a glicose e outros carboidratos.

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